Os benefícios da terapia em dupla

Hoje queria falar com vocês sobre um tipo de terapia que temos feito no Grupo Can e conseguido resultados incríveis! A habilitação e reabilitação neuropsicológica em dupla! Trata-se de um método que aprendi durante um estágio que fiz no Centro de Neurodesenvolvimento do espaço médico PIN em Portugal e que consiste em juntar dois pacientes - e às vezes duas profissionais - para a realização de algumas atividades juntos.

Embora o protocolo de atendimento, a conduta e o tratamento sigam sendo individualizados, vemos que a dinâmica do trabalho em dupla é extremamente benéfica para os dois participantes. Durante as sessões conseguimos observar que uma criança estimula a outra, que muitas aprendem por imitação (neurônios espelho), que a comparação ajuda no entendimento do que precisa ser feito e que a competição também serve de incentivo em alguns casos.

Ao mesmo tempo uma criança que esteja em um estágio mais avançado de desenvolvimento ou de entendimento de uma tarefa também se beneficia quando procura ensinar a outra. Afinal de contas, ao procurar identificar o que o outro paciente ainda não está fazendo corretamente, essa criança tem estímulos de concentração e atenção sustentada, além de precisar se organizar mentalmente para passar adiante o que ela já aprendeu. Ou seja, no nosso dia a dia vemos muitos ganhos.

Às vezes não só os trabalhos em dupla, mas também envolvendo três, quatro ou até mais crianças podem nos auxiliar em alguns tratamentos. A atividade em grupo torna alguns jogos cognitivos mais interessantes, estimula o controle de impulso, incentiva a habilidade social, entre outros benefícios. Importante pontuar que quando fazemos atividades em grupo também destacamos mais de uma profissional a fim de seguirmos com a capacidade de trabalhar corretamente e adequadamente com todos.

Um outro benefício da habilitação e reabilitação neuropsicológica em dupla, trio, grupo, etc é que a aplicação se dá em um ambiente mais semelhante ao da "vida real", fora da dinâmica estritamente terapêutica. Às vezes temos pacientes que resolvem superbem as dificuldades dentro de uma sessão ou de um trabalho ao lado do terapeuta, mas que acabam sofrendo na hora de colocar isso em prática no dia a dia, devido ao ambiente e às interações com outras pessoas serem muito diferentes. Quando o próprio processo terapêutico traz aspectos semelhantes aos da vida real, essa aplicação ao ambiente externo se torna mais simples e fácil.

No entanto, nem todos os pacientes estão aptos a esse tipo de trabalho. Primeiramente é necessário que os dois participantes da habilitação ou reabilitação neuropsicológica em dupla tenham níveis semelhantes de desenvolvimento. Do contrário, nenhum ou só um dos dois será capaz de aproveitar os benefícios da experiência. Não é essa a ideia. Ao mesmo tempo, alguns pacientes com dificuldades de controle de impulso, ou que tem uma agitação muito grande também não estão aptos, já que isso significaria um prejuízo ao outro paciente. Então vejam, esse tipo de método só pode ser aplicado quando há máximo benefício para todos os pacientes! O objetivo é o desenvolvimento, tratamento e bem-estar deles!


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