Setembro amarelo e os alertas para suicídio

Hoje quero falar com vocês sobre o Setembro Amarelo. Vocês sabem o que é?

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Trata-se de uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio que se estende durante todo esse mês. É similar ao Outubro Rosa, Novembro Azul e outras campanhas.  Durante todo esse mês serão realizadas ações pelo país para chamar a atenção para esse problema que para muitos ainda é tabu. Não se fala sobre suicídio, não se conversa sobre sentimentos e sensações e não se conscientiza sobre o tema das doenças mentais e suas consequências. Não pode ser assim! Ainda mais quando as pesquisas mostram que a cada 45 minutos um brasileiro tira a própria vida! É muita gente! Por isso engana-se quem acha que essa realidade está muito distante de nós. Inclusive pode estar muito perto!

Como dissemos, o tema ainda é pouco discutido. Há preconceito, há inibição e há a ideia equivocada de que falar sobre é “estimular” ou “dar ideia” para quem está sofrendo. Nada disso! Ninguém vai apelar para uma solução tão drástica como tirar a própria vida só porque ouviu falar sobre. Pelo contrário! É por não falar sobre que a pessoa acha que os problemas dela não têm solução e que tirar a própria vida é o caminho. É por sentir uma dor absurda que elas acham que nunca vai passar que elas apelam a isso e não por ouvir falar sobre.

Para que essas pessoas entendam que há soluções e que é possível receber ajuda, é necessário que elas contem o que estão sentindo. Mas para elas contarem o que estão sentindo, é necessário que se sintam à vontade para isso. Em geral quem tem sintomas de depressão, ansiedade ou qualquer condição mental debilitante se sente inibido para  falar sobre o tema, seja porque não sabe exatamente o que está sentindo, seja porque teme o julgamento alheio. Infelizmente ainda há um rótulo de que condições emocionais e mentais são fraquezas ou frescuras e por isso não mereceriam ser levadas a sério. Ou que quem sente o que sente só precisa “olhar para o lado bom da vida” ou “rezar” para se sentir melhor ou ainda que “quem diz que vai se matar só está querendo atenção”. Não é assim.  Condições mentais merecem tanta ou mais atenção do que dores e sintomas físicos.

Por isso é necessário valorizar o que o outro tem a dizer, independentemente do que você, de fora, imagine que faria naquela situação. O mais importante é escutar e não julgar. A partir do que for dito é possível ajudar, seja com uma palavra acolhedora, seja sugerindo uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo ou ainda falando sobre o CVV, o Centro de Valorização à Vida, que atende por e-mail, chat, Skype e pelo telefone 188.

Vou colocar aqui alguns sinais que merecem atenção especial quando estivermos falando de pessoas que podem estar passando por um grande sofrimento psicológico ou que podem estar pensando em suicídio:

– Quando alguém diz que quer se matar ou que está muito cansada para seguir em frente
– Quando a pessoa se isola e falta ao trabalho ou escola repetidas vezes
– Quando alguém se mostra desinteressado das coisas que normalmente gostava, ou demonstra agressividade fora do normal
– Quando há mudanças na alimentação (pessoas que passam a comer mais ou menos) e no sono (dormir mais ou menos)
– Quando a pessoa usa as redes sociais com postagens enigmáticas ou quando começa a curtir e compartilhar conteúdos sobre solidão, tristeza, depressão e suicídio

Notem que tudo gira em torno de prestar atenção e escutar sem julgamento! Sem esses passos não há como buscar a ajuda necessária para quem está precisando!