Depois de um descanso de fim de ano, estamos de volta com o blog!
Hoje queria falar sobre uma notícia curiosa e muito interessante que li há algum tempinho na Revista Galileu. Trata-se dessa matéria aqui: “Cientistas encontram o local da “fonte da ansiedade” no cérebro”.
Foto: Nádia Tamanaha
Curioso, não?! Pois é! Monitorando a atividade cerebral de camundongos, os pesquisadores foram capazes de observar quais áreas do cérebro se ativavam quando os bichinhos eram submetidos a situações de estresse. No caso, eram os neurônios localizados no hipocampo, estrutura do cérebro responsável pela formação e armazenamento de memórias. Os pesquisadores também observaram que esses “neurônios da ansiedade” se ligavam ao hipotálamo, a área cerebral que pode desengatilhar o comportamento de fuga nos animais. Ou seja… Eles meio que conseguiram observar em tamanho celular o que nós já sabemos que acontece no processo luta/fuga.
O mais interessante é que além de tudo isso eles ainda foram capazes de controlar essas células por meio de um feixe de luz! Ou seja, conseguiram fazer com que esse processo ansioso fosse interrompido. Agora eles querem tentar fazer isso em humanos!
Enquanto lia isso fiz um paralelo que julgo ser interessante: o que os pesquisadores observaram em nível celular é o que a neuropsicologia faz por meio de testes. A partir de testes padronizados e validados conseguimos fazer uma espécie de mapa do cérebro daquele paciente, descobrindo que tipo de função está afetada ou precisa ser melhor trabalhada. Além disso, a avaliação neuropsicológica também nos permite identificar perfis depressivos, questões emocionais e outras dificuldades que vão além do cognitivo.
O tratamento decorrente dessa identificação é como se fosse o feixe de luz que os pesquisadores estão usando nesse estudo para “acalmar” a atividade cerebral. Eles ainda não chegaram lá, mas nós já por meio da reabilitação/habilitação neuropsicológica e das psicoterapias. 😉