Olá, como vocês estão? Espero que bem, pois esse é um momento difícil para todos. Novamente a pandemia nos coloca à prova. O que era um caminho de progressão para o retorno da vida normal ou de algo parecido com isso, agora volta a ser um trajeto de incertezas, medo e necessidade de a gente se cuidar. Se na última postagem eu falava sobre a importância de as crianças e adolescentes voltarem à escola, agora preciso falar sobre os cuidados que temos que ter nas próximas semanas em mais um momento de provação.

A pandemia nunca foi embora no Brasil, mas nas últimas semanas ela voltou a trazer dados alarmantes. O vírus está circulando muito. De acordo com os especialistas do Imperial College de Londres, no cenário atual do Brasil cada 100 pessoas infectam 130. O ideal é que esse número seja abaixo de 100, o que significaria que o vírus estaria minimamente controlado. Do jeito que estamos, o vírus se espalha sem controle e os efeitos já estão sendo sentidos no dia a dia dos profissionais de saúde. Hospitais particulares já apresentam lotação nos leitos de UTI, enquanto o serviço público começa a ter que administrar a quantidade de vagas para o tratamento da doença. Ainda não temos vacina e não temos remédio com efeitos comprovados para limitar a ação do vírus e tratar os sintomas que ele provoca. Por isso, a nossa única saída é a prevenção. Nós sabemos desde março o que precisamos fazer para evitar a contaminação... É hora de voltar a levar a sério as restrições e cuidados.

Não é fácil, eu sei. No meu dia a dia tenho visto e ouvido como está sendo difícil para as pessoas ter que dar passos atrás depois de meses de caminhada rumo à normalidade. As pessoas estão cansadas, com medo e talvez até conformadas de que uma hora o vírus chegará nelas. Isso leva a um comportamento de negação com a gravidade do momento e até de revolta com a necessidade de adotar as medidas necessárias. Mas eu penso que não podemos esmorecer. Por mais difícil que seja, precisamos encontrar forças para fazer o que tem que ser feito. O vírus é traiçoeiro. Ninguém sabe se vai ter uma gripe leve ou uma complicação séria de saúde se pegar! Além disso, o que pode ser uma questão simples para você, pode se tornar uma situação de vida ou morte para um parente ou vizinho seu, caso ele seja contaminado! Por isso, cada um precisa fazer a sua parte.

Eu por exemplo já dei alguns passos atrás nos atendimentos também. Estamos atendendo no espaço físico da clínica apenas os casos que precisam ser presenciais (crianças e avaliações). Todos os demais, voltaram a ser online! Tenho pedido a compreensão dos pais e pacientes nesse momento. Não se trata apenas do meu bem-estar e do meu medo de pegar o vírus. Se trata de sermos responsáveis, não brincar com essa doença séria e também cuidar uns dos outros. Na vida pessoal reduzi bastante as saídas. Nada de restaurante ou passeios em locais fechados para mim e para minha família. Dói falar não para as crianças - e aqui em casa são quatro - mas é o jeito!

É por muito tempo? Até chegar a vacina? Não necessariamente. Se a gente conseguir reduzir a taxa de contágio, quem sabe em duas ou três semanas a gente pode dar um ou dois passinhos pra frente de novo?! Só vamos conseguir se cada um fizer um pequeno sacrifício agora.

É isso! Se cuidem! ;)